
Criado em 2009, em Curitiba, o grupo Baquetá pesquisa e desenvolve projetos com foco nas culturas populares do Brasil para adultos e crianças. Além dos espetáculos, o grupo também oferece oficinas de percussão corporal, danças afro-brasileiras, yoga, construção de objetos em cerâmica e palestras sobre as leis 10.639/03 e 11.645/08, que incluem nos currículos escolares a obrigatoriedade do ensino da história e cultura afro-brasileira, dos povos indígenas e performances e esquetes sobre os povos indígenas, histórias africanas e afro-brasileiras. O Baquetá é composto por sete membros, entre atores, músicos e equipe técnica. Para participar dos três dias de eventos do Encontro da Amazônia, o grupo convocou KaNêga dos Santos, Gui Araújo, Diogo de Melo e Maikon Silva.
Durante os dois dias voltados aos estudantes de escolas, o artista plástico Maikon Silva vai ministrar a oficina de manualidade, voltado as técnicas de Xilogravura. A atividade terá como tema principal as manifestações culturais brasileiras
No primeiro dia, o painel Influências na formação da identidade cultural brasileira, terá a participação de KaNêga e Gui Araújo. Na ocasião, os dois brincantes irão debater a seguinte questão: “Grupo Baquetá, folclore ou cultura popular? ”. Através da experiência do grupo e sua atuação na cidade de Curitiba em escolas, teatro, shoppings, espaços culturais, abordarão os termos Folclore e Cultura Popular, apresentando informações sobre o levantamento histórico da utilização dos termos, apontando as particularidades de cada um e o significado de posicionamento implícito na escolha da utilização de um ou outro, paralelamente à experiência da atuação do Grupo Baquetá.
O workshop “Um pouquinho de Brasil, iaiá”, no segundo dia, os dois brincantes vão contar um pouco sobre a pesquisa e a construção do espetáculo, que feita a partir de estudos nas áreas de antropologia, etnomusicologia, teoria teatral, danças, música e relações étnico-raciais. A oficina tem como foco refletir sobre a importância da cultura popular brasileira e vivenciar diferentes ritmos e brincadeiras. A peça, encenada desde 2009, apresenta diferentes manifestações culturais do povo brasileiro, sobretudo as de influência afro-brasileiras e indígenas.
No dia cultural, o grupo ministrará a oficina Gingás do Brasil, destacando as danças populares brasileiras das cinco regiões do país. Comandada por KaNêga dos Santos e Diogo de Melo, a oficina vai explorar manifestações culturais, que se utilizam principal ou exclusivamente de instrumentos de percussão, de diversas regiões do Brasil. Neste módulo, os oficineiros passearão pelo nordeste e sudeste apresentando as cantigas, toadas e danças características do côco-de-roda, bumba-meu-boi e do jongo. Ao som de pandeiros e pandeirões, atabaques e matracas eles convidam o povo a cantar, pisar, rodopiar, dançar e sentir no corpo um pouco dessa “incessante” ginga brasileira.
Atualmente, o Baquetá conta com três espetáculos principais: “Um pouquinho de Brasil, iaiá” – peça teatral que apresenta elementos da cultura negra, indígena e portuguesa e suas influências na formação cultural brasileira -, “Baquetinhá” – musical voltado para o público infantil que utiliza brincadeiras de roda e jogos musicais, através de composições próprias – e “Nhanderecó: uma história de todos nós” – peça teatral que tem como tema as histórias dos povos indígenas brasileiros.
Os brincantes:
Guilherme Araujo é mestre em Música, com pesquisa na área de etnomusicologia, pela Universidade Federal do Paraná (UFPR). Pós-graduado em Programação Neurolinguística Sistêmica pelo ISAL e bacharel em Comunicação Social pela UFPR. É instrutor de Kundalini Yoga pelo Instituto 3HO de Kundalini Yoga. Pesquisa música em religiões e manifestações culturais. Canta, toca violão, baixo e viola caipira. Estudou no conservatório de música popular brasileira, em Curitiba. Tem experiência com música infantil, tendo participado do Grupo Barato da Barata. É ator, músico e produtor do Grupo Baquetá.
KaNêga dos Santos é atriz formada pela Escola Técnica da Universidade Federal do Paraná (UFPR) e musicoterapeuta formada pela Faculdade de Artes do Paraná (FAP). Atuou como percussionista, cantora e rabequeira na Banda Tântalus. Musicista, agitadora cultural e performer no Coletivo Odé a Baco. Foi atriz e musicista do Grupo de teatro Nuspartus. Possui experiência com manifestações culturais brasileiras, cultura afro-brasileira, além de teatro infantil e danças populares. Pesquisa relações étnico-raciais e racismo na escola e desenvolve palestras sobre as leis 10.639/03 e 11.645/08. Canta, toca rabeca e percussão. Ministra oficinas de percussão corporal para adultos e crianças e danças afro-brasileiras. É atriz, musicista, oficineira e produtora do Grupo Baquetá.
Diogo de Melo iniciou seus estudos musicais em 2007 na cidade de Assis-SP. No início era a bateria o seu foco, porém logo começou a se interessar por outros instrumentos de percussão e em 2008 ingressou na Oficina de Ritmos Brasileiros ofertada num ponto de cultura na mesma cidade. Dessa oficina surgiu o grupo de percussão “Mergulhatu”, com o qual se apresentou em 2009 e 2010 na “Virada Cultural”, do interior paulista. Com o grupo musical “Shandala” participou de eventos universitários e se apresentou no teatro do SESC em São Paulo. Em 2012, mudou-se para Curitiba para ingressar na Faculdade de Artes do Paraná (FAP) no curso Bacharelado em Música Popular. Com amigos desta faculdade formou o grupo “Regional Sabiá”, com o qual realizou intervenções em feiras e locais públicos de Curitiba, bem como apresentações em bares.
Maikon Silva é licenciado em Educação Artística – habilitação em Artes Plásticas pela Universidade Federal do Paraná (UFPR). Participou do Projeto Oficina Permanente de Gravura da UFPR como aluno, bolsista e ministrante de oficina. Atuou em montagens de Exposições no Museu de Arte da UFPR. Foi instrutor de atividades Artísticas no Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos nos Centros de Referência e Assistência Social de Curitiba e Piraquara. Foi instrutor de Gravura: Serigrafia no Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania, em Escolas Municipais de Curitiba. Exposições Coletivas: Marcas Impressas, Gravadores da UFPR e Permanece um pouco em tudo SESC-Centro. Atuou como Professor de Arte em Escolas Estaduais. É assistente de produtor, roadie, cenógrafo e artista visual do Grupo Baquetá.
Texto: Marcos Dias com informações do grupo
Arte: Glauco Teixeira Leite